Em tuas mãos gotas humanas
De sangue, lágrimas e perdão
Em tuas mãos acolhimento
E abraço, um homem quando
Sozinho nasce, e sobrevive
Numa selva de escuridão
Encontra um milagre em
teu gesto, Herói sem face,
Encontra o sentido da palavra
Humana de ser humano
Quando mais do que sobreviver
Podemos enaltecer os nossos
Povos e abraçar com o coração
Os nossos semelhantes, podemos
Mudar as regras talhadas com
Sangue, e com ossos de tantos
E tantos infantes sagrados
Perdidos amortecidos arrancados
Dos ventres descosturados
Pelos olhos de fuzilamento, pela
Insensibilidade tamanha humana
De um contato de próximo e
Próximo degolamento, mortal
Falecimento, quando faço do
Meu ato um punhal e da minha
Lei uma cova a mais num quintal
De lágrimas imortais, lágrimas
Sementes de plantas e de esperanças
Para que qualquer coisa humana
De verdade nasça e retorne para
NÓS...
Em ti, quando vejo o teu olhar
Que nasce, as mãos estendidas
Sem nada me pedir, oh meu
Humano Herói sem face, por
Que não somos como ti?
Por que ardemos desesperançosos
Egoístas e insensíveis, fingindo
Que as dores não existem e
Que entre um pão e outro a miséria
Não alimente a fome? Por que,
Meu ser humano sem face,
Não somos um pouco do que és,
E continuamos vivendo num
Mundo onde nos confortamos
Todas as noites com a suposta
Insuficiência de uma santa
Caridosa milagrosa fé? Por que
Fingimos não perceber o cheiro
De abandono esparramado pelo
Gigante interminável do mundo
Quanto tu és o gigante sempre
Operante para o mínimo sacrifício
Sacrificar-se, com tuas mãos
Agigantadas pelo Céu, ser que nasce
Dos milagres das lágrimas do papel
Meu herói sem face, que está em todos
E em ninguém! Por que não somos
Assim, como um dia pensamos ser
Por que choramos sem mostrar as lágrimas?
Por que não existimos todos com o
Mesmo rosto da igualdade impenetrável,
O rosto por trás da face, a face por trás
Do rosto, o milagre de ser somente dentro
O que seríamos de verdade o que
Queremos ser, esplendorosos,
Sol e amanhecer...uma flor que para
Sempre nasce...em ti e em tuas
Abertas milagrosas mãos
Meu Herói sem face, meu irmão!
Por favor, meu caminho trace,
E como uma flecha, de
Um êxtase transformador
Meu peito assim traspasse
Ele Renasce,
Meu herói de todos os rostos
Olhos e coração
No espelho sem molduras
O Homem sem face
Os olhos do meu Irmão
FC
NUESTRA IMAGEN ACTUAL
David Alfaro Siqueiros
Lindo, adorei, um olhar sobre o coletivo, de que há atras dos nossos rostos, de como geralmente passam por nos tantos rostos que sequer reparamos,"igualdade impenetravel " das multidões,da diversidade do viver de cada um...é como olhar um campo de flores , de longe elas parecem todas iguais, e a medida q nos aproximamos, elas são todas diferentes..👍🏻👏🏼👊🏼🌹👊🏼🔝😍😘
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