Quando os seus olhos não pararam, e não pararam mais, de perscrutar o imperscrutável, dentro de ti mesmo, do seu póprio olhar, o lago das profundezas.....e ali, sua alma para sempre presa, ilesa Beleza de teu corpo debulhado, os anos passaram-se em sucinto esplendor, e quando vias, somente via um corpo branquejante e envelhecido, e uma ruga em cima da outra tão franzida, tão velozmente as marcas do destino e das viciosas narcísicas vilezas esculpidas, quando ainda jovem tomado pela face obscura , se atira da ponte do Arno, mio caro babbino caro, estando para sempre preso na memória do lago com seu sorriso...
Os quadros falam sem dizer. Falam dentro de nós, gritam, choram, fazem nos ouvir vozes que muitas vezes não queremos escutar. Mas em si, são emoldurados pelo silêncio inerente aos objetos, às pinturas. Um quadro não fala. Mas se fizermos uma ligação das vozes presentes nos quadros mudos, que nós ouvimos cada vez que apreciamos um obra de arte de significativo porte, e as molduras que cercam a tela, poderíamos dizer que são elas, as barras, as selas, as contendoras das vozes dessas inúmeras pinturas que imploram para dizer o que já está sendo dito. As molduras do silêncio. A prisão em torno dos homens, que vivem numa cela invisível, e não falam, não cantam, não sorriem. Talvez se removêssemos as grades que nos cercam, ou as molduras das pinturas, o silêncio seria quebrado e nossos gritos seriam mais do que uma breve, passageira, e interior inaudível loucura silenciosa. Assim, resolvi remover as molduras do silêncios dos tantos quadros que contam a nossa história, e deixar eles falarem através de um interlocutor, que como qualquer outro, poderia escutar, outros silêncios, outras vozes, outras alegrias, outras dores.
segunda-feira, 1 de junho de 2015
O LAGO DOS OLHOS
Quando os seus olhos não pararam, e não pararam mais, de perscrutar o imperscrutável, dentro de ti mesmo, do seu póprio olhar, o lago das profundezas.....e ali, sua alma para sempre presa, ilesa Beleza de teu corpo debulhado, os anos passaram-se em sucinto esplendor, e quando vias, somente via um corpo branquejante e envelhecido, e uma ruga em cima da outra tão franzida, tão velozmente as marcas do destino e das viciosas narcísicas vilezas esculpidas, quando ainda jovem tomado pela face obscura , se atira da ponte do Arno, mio caro babbino caro, estando para sempre preso na memória do lago com seu sorriso...
A cada texto , uma boa surpresa, vc descreve tão bem, a alma presa pela vaidade... que te acorrenta numa espiral de ilusões infinita ,o efemero poder, a falta de controle , o vazio ,sente-se o desespero do inexoravel passar do tempo, da opinião alheia e a total incapacidade de ver o belo que se transforma...brilhante!👏🏼👏🏼👏🏼👍🏻👍🏻👍🏻😘
ResponderExcluirEstonteante como você escreve !!! Muita habilidade, as frases fluem com uma facilidade e ao mesmo tempo complexa que nos brinda com seu saber.
ResponderExcluirParabéns meu filho !!! Continue... Bjus iluminados 🌟✨✨💫🌟